Dados da Sociedade Brasileira de Urologia apontam que uma a cada 25 pessoas pode sofrer de incontinência urinária ao longo da vida
O Hospital Geral de Tailândia (HGT) passou a oferecer um novo serviço com a realização do procedimento denominado de sling transobturatório sintético, correção efetiva para Incontinência Urinária de Esforço (IUE) para mulheres. A iniciativa tem o intuito de atender plenamente a demanda de usuárias da mesorregião do nordeste paraense.
Segundo o ginecologista e obstetra da unidade hospitalar, Domingos Costa, a uretra é um canal membranoso, que faz parte do sistema urinário, parte importante do trabalho do profissional. O órgão se inicia na bexiga e termina na vulva. É a última parte das vias urinárias e por onde a urina é eliminada. Nas mulheres, a uretra tem a função de levar a urina para fora do corpo.
O profissional informa que o tratamento inicial de IUE é baseado em exercícios de fisioterapia, focado nos músculos do assoalho pélvico responsáveis pela continência urinária (o “esfíncter urinário”). No entanto, quando o tratamento conservador não mostra efetividade, em algumas pacientes, a alternativa é o implante de sling na uretra, que atualmente é realizado pelos médicos Camila Xavier e Domingos Costa,. Eles dois realizam as cirurgias de sling de forma eletiva. O procedimento é considerado relativamente simples e consiste na colocação de fita suburetal.
Uma das usuárias beneficiadas com o procedimento foi Maria Rita Ribeiro, 57, que passou pelo ginecologista e recebeu o encaminhamento para o procedimento, rapidamente, conseguiu marcar a cirurgia e hoje está se recuperando. “Fui bem atendida, tanto pelos profissionais médicos quanto pela equipe de enfermagem. O HGT está de parabéns! Fiz o procedimento consigo notar a diferença, agora estou bem”, pontuou a funcionária pública.
Domingos Costa, destaca a importância da oferta deste procedimento no HGT para atender as usuárias da região, tendo em vista que, anteriormente, elas precisavam deslocar-se para a capital paraense, onde realizavam a cirurgia e acompanhamento. “Agora, oferecemos o procedimento aqui, com mais conforto e facilidade às mulheres que sofrem de incontinência urinária, evitando constrangimentos e burocratizações do acesso ao serviço de saúde”.
A médica Camila Xavier esclarece que a cirurgia de sling precisa ser bem indicada e, se feita, é essencial que, após a recuperação cirúrgica, a paciente faça acompanhamento com a fisioterapia. “Esse procedimento, minimamente, invasivo nada mais é do que a introdução de uma fita de polipropileno abaixo da uretra, por via vaginal, com o objetivo de aumentar a resistência uretral e reduzir a perda de urina”.
Pós-operatório – As principais recomendações são: evitar esforços como abaixar, carregar pesos de mais de 4 kg, subir e descer escadas e levantar-se bruscamente por, pelo menos, 15 dias; não realizar exercícios físicos intensos e não arrastar móveis por aproximadamente 60 dias; ingerir alimentos ricos em fibras (para diminuir a força necessária para evacuar); prevenir-se de gripes e evitar tossir ou espirrar por um mês; não usar absorvente interno; não manter relações sexuais por, no mínimo, 40 dias; lavar a região genital, depois de urinar ou evacuar, com água e sabonete neutro; utilizar calcinhas de algodão; não entrar em piscinas, banheiras ou no mar para evitar contaminações.
Sintomas – A incontinência urinária aos esforços caracteriza-se pela perda involuntária de urina que ocorre durante manobras de esforço, como tossir, espirrar, levantar peso ou, até mesmo, mudança de posição (levantar-se da cama, por exemplo). Existem fatores de risco para a ocorrência deste tipo de perda urinária. Nas mulheres, eles estão relacionados ao número de gestações, menopausa, obesidade e prolapsos de órgãos pélvicos.
Dados – Segundo os dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), estima-se que uma a cada 25 pessoas pode sofrer de incontinência urinária ao longo da vida. E cerca de 40% das mulheres após a menopausa perdem urina de forma involuntária. A cirurgia Sling apresenta cerca de 80% a 90% de chances de sucesso. Porém, é importante que a paciente seja orientada sobre outras formas de tratamento para incontinência urinária, como fisioterapia e os exercícios de Kegel. Essas técnicas podem ser definitivas, evitando a cirurgia ou ajudando no processo de cura antes e após a operação.
Estrutura – O HGT possui 51 leitos e mantém uma Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) com nove leitos, sendo seis adultos e três pediátricos. Os usuários que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) têm acesso aos serviços oferecidos pelo HGT por meio da Central de Regulação Municipal, e aos de urgência e emergência em livre demanda ou encaminhados pelo Samu, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Rodoviária.
SERVIÇO
O HGT é uma unidade de saúde do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Está localizado na Avenida Florianópolis, s/n, Bairro Novo. Mais informações pelo fone (91) 3752-31210.